O pluralismo, a isenção e o rigor<br>estiveram longe da campanha eleitoral

Vasco Cardoso
Se por alguma razão, no actual contexto político e social, se admitisse a existência de uma cobertura por parte dos principais órgãos de comunicação social da actividade e intervenção do PCP e da CDU marcada pelo pluralismo, isenção e rigor, então, estaríamos a negar de uma só vez que, para os grupos económicos, para as classes dominantes, seriam absolutamente indiferentes as opções e posicionamentos políticos que os trabalhadores e o Povo teriam, a começar pelas suas opções de voto e, simultâneamente, a ignorar que a propriedade desses mesmos órgãos por parte dos grupos económicos seria absolutamente desinteressada dos objectivos de dominação ideológica necessários à exploração do homem pelo homem.
Sabemos que para a esmagadora maioria da população, esta é uma realidade que não existe, isto é, o juízo que é feito sobre o tratamento noticioso não tem como ponto de partida os interesses e as contradições que estão presentes no sistema mediático, até porque ele próprio, se projecta e afirma como o espelho da verdade e da realidade. E apesar desta ser uma situação há muito denunciada pelo Partido, vivida e sentida por muitos camaradas e organizações, nem sempre temos presente até onde vai o refinamento na discriminação, o requinte no silenciamento, a falta de vergonha na deturpação das nossas posições.
A verdade é que, perante o quadro de agravamento de injustiças sociais, de descrédito da política do Governo PS, de erosão dos dogmas do capitalismo projectados em força ao longo dos anos, de sérias dificuldades sentidas por vastas camadas da população, do sentimento de indignação e revolta de quem andou anos a fazer sacrifícios para agora estar numa situação ainda pior, foram tomadas todas as medidas, a partir dos centros de decisão políticos e económicos, para garantir que, nas próximas eleições, não seja posta em causa a política de direita e, ao mesmo tempo, tentar impedir o crescimento e reforço daqueles que, na acção concreta, a combatem e a procuram derrotar.

Silenciamento do PCP e da CDU

Serve este enquadramento para fazer três registos, daquilo que foi a cobertura noticiosa do PCP e da CDU, nomeadamente nas eleições para o Parlamento Europeu, desde a apresentação da nossa primeira candidata em Janeiro deste ano:
O primeiro tem a ver com o silenciamento do PCP e da CDU. Uma realidade testemunhada pelo apagamento ao longo de meses da candidatura da CDU - apesar de ter sido a primeira a ser apresentada - sem que a programação quase diária de Ilda Figueiredo e de outros candidatos, as iniciativas, as visitas, a prestação de contas ou apresentação de propostas tivesse qualquer expressão pública. Um deserto que, não fosse alguma cobertura realizada pela comunicação social regional nas muitas visitas realizadas, valeria – e bem – apenas para aqueles que a elas assistiram.
Em contraponto tivemos (temos) a promoção de outras forças políticas, numa deliberada acção que procurou, por um lado, dar espaço à propaganda do Governo e aos objectivos do PS, e por outro, projectar PSD, CDS-PP e BE, canalizando para aí o crescente descontentamento que se vive no país. São exemplos desses «critérios jornalísticos» o sistemático desrespeito no alinhamento dos noticiários (seja nas rádios, seja nas televisões) da ordem resultante dos resultados eleitorais de cada uma das forças políticas, a sobrevalorização nos debates quinzenais com o Primeiro-ministro na Assembleia da República dos dirigentes de outros partidos que não o PCP, a exclusão do PCP nas rondas pelas diferentes forças políticas sobre questões de actualidade, a deturpação do balanço do trabalho realizado pelos deputados no Parlamento Europeu, ou o papel desempenhado pelas sondagens que têm funcionado mais como instrumentos de formação de opinião do que de aferição da mesma.
Por último, a animação do preconceito anti-comunista como forma de tentar impedir que muitos dos que se sentem atingidos pela política de direita do Governo PS, alguns dos quais votantes no PS, possam reconhecer na CDU - pela combativa acção que tem desenvolvido, pelas propostas que apresenta, pela postura de verdade e trabalho realizado ao serviço das populações - a opção mais segura para castigar a política de direita. Entre outras situações, foi particularmente evidente e escandaloso o papel a que se prestou a RTP na operação montada pelo PS a partir dos incidentes nas comemorações do 1º de Maio em Lisboa, ou a recuperação de acontecimentos com 20 anos, nas vésperas das eleições, como os ocorridos em 1989 na República Popular da China.
Conhecendo tudo isto, tal não significa que aceitemos de modo algum, o sistemático silenciamento, discriminação e deturpação das nossas posições, ou que alguma vez venhamos a prescindir de considerar esse terreno – o do protesto - , também um terreno de luta no qual os comunistas têm de intervir, em defesa das posições do Partido, da liberdade e da democracia. Isso mesmo foi feito pelo conjunto de protestos dirigidos aos responsáveis dos órgãos de comunicação social em questão, à Entidade Reguladora para a Comunicação Social, e, em alguns casos, com intervenções na hora aquando das situações mais gritantes.
Mas nestes dias que restam até às eleições, não será de esperar nem que se alterem os objectivos definidos pelo capital para as mesmas, nem que se corrijam os critérios que tem presidido a estas discriminações, pelo que a questão mais decisiva que se coloca neste combate desigual é o papel que cada apoiante, cada activista da CDU, cada militante do PCP possa desempenhar na multiplicação de contactos, no desdobramento das acções de esclarecimento e na mobilização para o voto na CDU. Fazendo com que todos nós sejamos, como foi afirmado na grande Marcha realizada em Lisboa, as televisões e os jornais que não temos.


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